O amor de mãe é único. O caráter sócio cultural da maternidade empresta à mãe o dom de santa, a força da casa, e perdoa todos os seus erros. Não quero fazer desta postagem uma crítica e nem um tributo a condição e o amor incondicional que é próprio da natureza humana. E sim falar de fatos.
A criança ao nascer necessita da mãe ou uma(um) substituta (o). Precisa de cuidados, e estímulos (tais como ouvir a voz, ser afagado, etc). Quando aprende o controle dos esfíncteres, e começa a falar, vem o aprendizado de pedir, ou seja, dizer o que necessita. Quando aprende a expressar seus desejos, a mãe pode romper esta condição de ligação simbiótica (nome científico) com a criança. Isto é aconselhado por todos os profissionais de saúde e até por pessoas da família mais informadas. O rompimento da simbiose é o que proporciona a criança o direito de ser uma pessoa. A figura do pai auxilia bastante, pois é a esperança da quebra da relação dual (mãe e filho/filha). O que vemos nem sempre é o esperado.
Vamos analisar...
Nos idos de 1980 fui convidada a supervisionar uma clínica em Teresina, PI, no processo chamado 'Token Economy' e a instalar o processo de comunidade terapêutica. Era um hospital modelo no Brasil, onde se tratavam portadores de esquizofrenia, . O modelo teórico seguia Bateson e o duplo vínculo, depois utilizado por terapeutas do mundo inteiro. Leia os links para poder acompanhar o texto.
Respeitando-se o modelo e ao nosso consenso era condição primeira que os pais deixassem os filhos em regime de internato por seis meses.Isto porque haveria uma reparentalizaçao, ou seja, o estabelecimento de vínculos saudáveis para a pessoa. Durante os 3 primeiros anos houve sucesso nos tratamentos, mas os pais passaram a exigir ver mais os filhos, inclusive apelando para a lei, voltando portando atrás em suas decisões do tratamento, e propiciando a regressão a condição de esquizofrenia de seus filhos(as).
A criadora deste procedimento foi Jacqui Schiff, (In Memorian) assistente social e diretora do antigo Cathexis Institute em Oakland, CA, USA (primeiro livro All My Children). Também conduziu uma filial na Índia. Procurei textos sobre o procedimento em português na internet , não os encontrei a gosto. A ideia de que a família pode ser iniciadora de um processo patológico de tal amplitude - e principalmente a mãe - não é algo que se goste de ouvir. A clinica que visitei fechou, o Cathexis fechou, assim como outras clinicas que seguiam o modelo aqui no Brasil.
Filhos e filhas de pais/mães superprotetores, opressores, críticos e/ou ausentes, ciumentos, determinam uma estrutura de ego frágil. A libertação do(a) filho é difícil, porém necessária. Este processo deve se iniciar logo que a criança pode falar, caso contrário terá seu desenvolvimento emocional truncado para o resto da vida. Alguns dos comportamentos do adulto imaturo podem ser vistos e sentidos: dificuldade em fazer amigos, dificuldade em desenvolver a intimidade (compartilhar emoções profundas), dificuldades sexuais, fazer vínculos com colegas de trabalho, superiores, sentir-se fracassado, tender à inveja, competição ou depressão ( a doença mesmo, bipolar ou não), dificuldade em estabelecer parcerias saudáveis em toda a vida de relação incluindo relacionamento amoroso.Estas pessoas dificilmente se separam mesmo que o casamento esteja mal, repetindo situações de infância. Evidente que os pais têm também problemas sérios não resolvidos, senão deixariam que os filhos crescessem.
Ensinar a fazer escolhas e responsabilizar-se por elas, assumir o risco de cada comportamento, isto é um bom ensinamento para tais filhos(as) fragilizados.Mas se inicia na infância, porque depois só com psicoterapia, e com poucas chances de sucesso. Mesmo na terapia a família vai lutar contra o(a) psicoterapeuta. Só a psicologia pode lidar com isto, então o profissional precisa ter seu CRP, a licença de psicólogo e especialização em duplo vínculo ou psicanálise. Alguns médicos psiquiatras também podem ser bem sucedidos no tratamento, como já atestei. Dr. Sully Urbach (In Memorian) foi um deles.
Noeliza Lima
CRP 6/505
A criança ao nascer necessita da mãe ou uma(um) substituta (o). Precisa de cuidados, e estímulos (tais como ouvir a voz, ser afagado, etc). Quando aprende o controle dos esfíncteres, e começa a falar, vem o aprendizado de pedir, ou seja, dizer o que necessita. Quando aprende a expressar seus desejos, a mãe pode romper esta condição de ligação simbiótica (nome científico) com a criança. Isto é aconselhado por todos os profissionais de saúde e até por pessoas da família mais informadas. O rompimento da simbiose é o que proporciona a criança o direito de ser uma pessoa. A figura do pai auxilia bastante, pois é a esperança da quebra da relação dual (mãe e filho/filha). O que vemos nem sempre é o esperado.
Nos idos de 1980 fui convidada a supervisionar uma clínica em Teresina, PI, no processo chamado 'Token Economy' e a instalar o processo de comunidade terapêutica. Era um hospital modelo no Brasil, onde se tratavam portadores de esquizofrenia, . O modelo teórico seguia Bateson e o duplo vínculo, depois utilizado por terapeutas do mundo inteiro. Leia os links para poder acompanhar o texto.
Respeitando-se o modelo e ao nosso consenso era condição primeira que os pais deixassem os filhos em regime de internato por seis meses.Isto porque haveria uma reparentalizaçao, ou seja, o estabelecimento de vínculos saudáveis para a pessoa. Durante os 3 primeiros anos houve sucesso nos tratamentos, mas os pais passaram a exigir ver mais os filhos, inclusive apelando para a lei, voltando portando atrás em suas decisões do tratamento, e propiciando a regressão a condição de esquizofrenia de seus filhos(as).
A criadora deste procedimento foi Jacqui Schiff, (In Memorian) assistente social e diretora do antigo Cathexis Institute em Oakland, CA, USA (primeiro livro All My Children). Também conduziu uma filial na Índia. Procurei textos sobre o procedimento em português na internet , não os encontrei a gosto. A ideia de que a família pode ser iniciadora de um processo patológico de tal amplitude - e principalmente a mãe - não é algo que se goste de ouvir. A clinica que visitei fechou, o Cathexis fechou, assim como outras clinicas que seguiam o modelo aqui no Brasil.
Filhos e filhas de pais/mães superprotetores, opressores, críticos e/ou ausentes, ciumentos, determinam uma estrutura de ego frágil. A libertação do(a) filho é difícil, porém necessária. Este processo deve se iniciar logo que a criança pode falar, caso contrário terá seu desenvolvimento emocional truncado para o resto da vida. Alguns dos comportamentos do adulto imaturo podem ser vistos e sentidos: dificuldade em fazer amigos, dificuldade em desenvolver a intimidade (compartilhar emoções profundas), dificuldades sexuais, fazer vínculos com colegas de trabalho, superiores, sentir-se fracassado, tender à inveja, competição ou depressão ( a doença mesmo, bipolar ou não), dificuldade em estabelecer parcerias saudáveis em toda a vida de relação incluindo relacionamento amoroso.Estas pessoas dificilmente se separam mesmo que o casamento esteja mal, repetindo situações de infância. Evidente que os pais têm também problemas sérios não resolvidos, senão deixariam que os filhos crescessem.
Ensinar a fazer escolhas e responsabilizar-se por elas, assumir o risco de cada comportamento, isto é um bom ensinamento para tais filhos(as) fragilizados.
Sem o apoio da família de origem penso que nada poderá ser feito, a não ser que se penalize os pais e/ou substitutos por maus tratos psicológicos,
se se conseguir provar.
se se conseguir provar.
Noeliza Lima
CRP 6/505
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